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TERCEIRA PARTE
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CRIAÇÃO DA ESCADA DE ELEMENTOS NATURAIS
CAPÍTULO 12
SOBRE AS TREVAS
95. O texto bíblico não mente. No quarto dia do Génesis,
é-nos dito que Deus criou as estrelas para separar a Luz das Trevas. Passo a
citar: "E assim foi. E fez Deus os dois grandes luminares, o luminar maior
para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite, e as estrelas, e
pô-las no firmamento dos céus para alumiar a terra, e para governar o dia e a
noite, e para separar a luz das trevas". Quem é que nunca leu este texto:
"E criou Deus as estrelas, e pô-las no firmamento dos céus, para fazer separação
entre a luz e as trevas". O autor do Génesis diz-nos primeiro que Deus
criou a Luz, e depois declara que, uma vez criada a Luz, Ele a separou das
Trevas.
96. Ora, as opções que se nos apresentam são as que são,
e não admitem reviravoltas. Deus criou a Luz, depois a separou das trevas e
criou as estrelas para separar a Luz das trevas. A questão é saber o que
aconteceria agora se, onde Moisés escreveu Luz, colocássemos o manto de gelo
cuja criação acompanhámos. Será que a atmosfera começa a aquecer? E se pegarmos
em lápis e papel e traçarmos linhas. Desenhamos um círculo num dos cantos do
papel e chamamos-lhe Terra. No lado oposto, desenhamos outro círculo e chamamos-lhe
Trevas. Agora desenhamos uma parede de separação no meio entre a Terra e as
Trevas, a que chamamos Estrelas. Esta é a imagem que obtemos ao colocar Terra
onde Moisés colocou Luz. E, de facto, se olharmos para o céu, vemos que os Céus
funcionam como um muro de separação entre a Terra e o cosmos exterior.
97. Conclusão: Se Deus criou a Luz e a separou das
trevas, então a Terra estava nessa altura na região de que as estrelas agora a
separam. Ou, por outras palavras, antes de Ele ter criado a Luz, a Terra estava
no meio das trevas.
98. Percebo que esta forma simples de fabricar a lógica
pode parecer ao leitor uma arte sinistra de complicar ainda mais as coisas. A
verdade é que, por mais que eu queira, não consigo encontrar a complicação, e
talvez seja por isso que me atiro à recriação dos acontecimentos geo-históricos
sem pensar na opinião dos séculos. Na hora da verdade, que é a que nos
interessa aqui, o problema é saber onde, em que região do espaço sideral estão
essas trevas que cobriam a face do Abismo quando Deus disse: Faça-se a luz.
99. A Revelação limita-se a informar-nos sobre a
distância astronómica que Deus colocou entre as trevas e a luz. Não dá números
ou coordenadas intergalácticas. Diz-nos que Deus criou a Terra e que, entre a
Terra e a sua região de origem, colocou os Céus. Uma tradução maravilhosa e
revolucionária que nos deixa pregados ao assento e nos coloca exatamente onde o
nosso Criador nos queria ver: no meio das trevas e a olhar para os céus. De que
serve, então, ter os pés assentes na terra se, no final, quem tem a cabeça nas
nuvens é quem vê melhor as coisas?
100 - Uma pergunta suplementar se impõe: será que Deus
criou as estrelas para separar a Terra da sua região de origem, sem outra razão
senão a de desenhar na abóbada do firmamento o zodíaco, ou será que, por outra
razão, deu aos céus dimensões galácticas? A resposta positiva implica a
afirmação de uma impossibilidade histórica, nem mais nem menos do que a de que
um homem de há três mil e quinhentos anos teria compreendido, sem nunca ter
observado o cosmos, que o nosso Universo é uma Galáxia no coração de um oceano
de galáxias em movimento, razão pela qual Deus deu aos nossos Céus as suas
actuais dimensões astronómicas.
CAPÍTULO 13
CRIAÇÃO DA ESCADA DE ELEMENTOS NATURAIS
101. Mas continuemos. Criada a Luz (processo que
descrevemos seguindo a linha do tempo com que Deus, desde o Seu Génesis, tem
desafiado a Ciência de todos os tempos, caminhando por essa linha chegamos à
Fusão da Crosta Primordial e consequente Sublimação da Atmosfera Primordial,
fábrica onde Deus produziu o Manto de Gelo que durante a Manhã do Primeiro Dia
cobriu a esfericidade do planeta Terra, e sem julgar os processos mecânicos,
dada a naturalidade do assunto: Derretimento da Primeira Crosta e Sublimação da
Atmosfera Primordial), deixámos o assunto da Revelação um pouco no ar, até que
a ocasião nos permita voltar a pôr os pés no chão.
102. E, sem entrar em mais pormenores, voltamos ao Texto,
lendo cujas letras concordamos que a definição do Verbo Criador, por cuja
identidade sai do terreno das metáforas, hipérboles, mitos e outras entidades
de lenda, fez da "Luz" uma Chave de Champolion, servindo-se dela para
interpretar o Apocalipse, contra toda a opinião, teológica ou científica, hoje
subscrita, como dizendo que Deus separou a Terra da sua região de origem e a
introduziu nos Céus, conclusão que se deduz do Texto: "e Deus viu que a
Luz era boa, e separou-a das Trevas", afirmação que, à luz desta
Interpretação, me leva a admirar a coragem que o autor Humano pôs nela ao
ousar, sem ciência, confessar tal afirmação de separação Luz-Escuridão pela mão
do mesmo Deus que criou a Terra e os Céus. É precisamente na ignorância de
Moisés que reside a Sabedoria de quem lhe ditou o Texto e, pelo seu silêncio, o
seu Escriba tornou-se o homem mais sábio do seu tempo. Numa secção dedicada à
Ignorância de Moisés como Escriba de Deus, voltaremos ao tema da Omnisciência
do Senhor que lhe ditou o Relato da Criação do Universo. Ou será que tudo não
começou para nós quando a Terra foi criada?
103. Sabemos que se diz que a verdadeira história do
Homem é anterior à existência da Terra. Ora, nem a existência do Homem é
transcendental ao Cosmos, nem o conhecimento da estrutura das galáxias é vital
para a existência do Homem. Assim, se o Homem não existisse, o Cosmos
continuaria onde está, seguindo o seu próprio caminho, e se o Homem não
conhecesse a estrutura do Cosmos, o Homem não deixaria de ser o que é. Isto não
quer dizer que a importância do Conhecimento do Universo não tenha um valor
existencial específico para nós; e é para deixar claro que o conhecimento que é
de transcendência vital para o Homem como Ser é o Conhecimento de Deus; e como
em Deus vem o Criador, a Ciência da Criação vem no lote, para falar com alegria
no corpo.
104 - Alguns perguntarão porque é que então Deus guardou
no Silêncio a Memória da Criação da Terra e dos Céus, separando o Criador em
Deus do Senhor. Postura que Deus manteve em Cristo, mantendo a Fé e a
Inteligência à maneira de dois braços unidos num só corpo, nascidos para
obedecer à mesma Vontade, mas o movimento de cada braço sujeito ao pensamento
da cabeça, sob cujos impulsos se move todo o corpo. E eu responderei a esta
simples pergunta afirmando que foi assim na verdade. Ao mesmo tempo, negarei que,
desde o princípio, Deus tivesse disposto o Conhecimento do Criador em Si mesmo
ao longo desse padrão de crescimento sob as condições da Ciência do Bem e do
Mal. Aconteceu como aconteceu, e não há remédio. E porque assim aconteceu, a
Formação da Inteligência à Imagem e Semelhança da do nosso Criador sofreu um
retrocesso no seu percurso, o que obrigou Deus, de facto, a colocar perante o
Conhecimento da Ciência da Criação o Conhecimento da árvore da ciência do Bem e
do Mal, cujo fruto, como sabemos, é a Guerra.
105 - Não sei se o leitor destas linhas compreendeu as
leis dessa Ciência. Pela minha parte, creio que a estrutura desse Fruto está
assumida e, com o conhecimento que vem da experiência, posso escrever o que,
com o conhecimento que vem da teoria, tomou forma na linguagem do Primeiro
Homem, a saber: "Maldito todo aquele que comer desse fruto, e maldito
aquele que der a comer do fruto da Árvore da Ciência do Bem e do Mal".
Confissão final que me leva de volta ao ponto de partida desta pequena viagem,
falando da Separação da Luz que Deus efectuará depois de a ter criado nas
Trevas. Escrevendo sobre isso, disse que, enquanto a Ignorância teve a sua Lei,
a impossibilidade de entrar no seu Conteúdo levou alguns, teólogos, e outros,
cientistas, a devolver a Deus a sua Génese embrulhada no papel das metáforas e
dos mitos. Mas uma vez que a Luz foi traduzida pelo Manto de Gelo que no final
do Primeiro Dia cobriu a superfície da Terra, Manto de Gelo produzido pela
Sublimação da Atmosfera Primordial decorrente da Fusão da Crosta Primordial,
nada mais nos resta do que deitar fogo ao papel da Tradição Teológica e da
Cosmologia do Século XX, soprar sobre as cinzas, limpar a mesa e recomeçar a
trabalhar a partir da Informação que Deus nos dá no seu Livro. Poderei voltar a
este assunto numa outra secção, e talvez já o tenha feito numa secção anterior.
Não importa. E digo isto não por ser daqueles que acreditam que uma verdade é
mais ou menos verdadeira consoante o número de vezes que o martelo cai na
cabeça do tolo do momento. Digo-o pensando que a vida é um pensamento que se
faz a partir de raízes universais, e não é porque se sonha muitas vezes que
esse sonho adquire mais sentido, nem porque se deixa de sonhar que o corpo
perde o benefício que o repouso noturno lhe proporciona.
106 Porque a inconsequência do homem para o Cosmos é um
facto; a Verdade existe em si mesma, mesmo que não haja ninguém no Universo. Eu
posso deixar de existir neste momento, mas a Verdade estava antes de mim e
continuará sem mim.
107. Quanto à minha mania de voltar a um ponto de
restauração, que pode ser um hoje e outro amanhã, ela deve-se mais à
necessidade de manter um ponto de referência comum entre escritor e leitor. Por
inércia, o ensaísta tende a perder-se nos seus pensamentos e o leitor a
agarrar-se a uma ideia específica. E sendo o caso em apreço de tal
complexidade, por mais que eu gostasse de lhe passar o pano da simplicidade, o
facto é que mandar a Cosmologia e a Teologia, tocando a sua posição face ao
Génesis de Moisés, para longe da mesa de trabalho em cuja superfície se move o
espírito da Inteligência de Deus neste século XXI, pressupõe um ato mais
próximo da arte do que da ciência, partindo do princípio de que escrever é uma
arte, e dar expressão ao pensamento é arte; algo com que pessoalmente concordo
e que deduzo dos filósofos e dos heróis das revoluções do segundo milénio, os
primeiros afiando a pena com a arte do polemista e os segundos a espada com a
arte dos filósofos. Por duas vezes este casamento trouxe ao mundo dois
acontecimentos para a eternidade: a Revolução Francesa e a Revolução Russa.
108. O problema, portanto, não está no Verbo, mas no uso
da arte de sua ciência. Neste caso, a Verdade, e não o Poder, é o Princípio e o
Fim. E, portanto, sendo o homem inconseqüente e a Verdade eterna, a opinião
humana é pó sobre a mesa. Cuja superfície limpamos, a fim de colocar a Terra em
seu lugar para o Dia em que Deus criou a Luz, e quando uma vez criada:
"Ele a separou das Trevas".
109. Voltando ao ponto de restauração, direi que quem
tiver dois olhos no rosto vê que quando a Luz foi criada nas Trevas, a Terra,
sendo a Luz o manto de gelo que no final do Primeiro Dia cobria a sua
superfície, a Terra estava nas Trevas. De cuja região Deus a separou após a
criação da Luz, isto é, do Manto de Gelo que cobria a esfericidade da Terra no
final do Primeiro Dia, como está escrito há três mil e quinhentos anos: "e
Deus viu que a luz era boa, e separou-a das trevas". Se Ele a separou, é
porque ela estava lá. E se Deus criou então as estrelas para separar a Luz das
Trevas, como está escrito no Quarto Dia: "Deus fez os dois grandes
luminares, o maior para governar o dia e o menor para governar a noite, e as
estrelas; e colocou-os no firmamento dos céus para iluminar a Terra, e para
governar o dia e a noite, e para separar a Luz das Trevas".
110. Então, traduzindo nesta Linha do Hieróglifo de
Moisés "Luz" por "Manto de Gelo", temos que a Terra estava
numa Região fora dos Céus. Uma tradução estonteante e espantosa que, se não
fosse o facto de ser Deus a subscrevê-la e o Seu Escriba a escrevê-la com a
Vara de Comando que usou para separar as águas do Mar Vermelho, a nossa
inteligência seria disparada para o mundo dos extraterrestres e onde eu pusesse
C de Cosmologia teria de pôr F de fantasia. Isto sentado, porque sentado merece,
e como a porta está agora aberta, entremos.
111. Como é que Deus produziu esta mudança de uma região
do Espaço Geral para a região onde ela se encontra atualmente, o autor nada
disse sobre isso. Também não disse nada sobre a natureza específica da região
de origem onde Deus criou a Terra. Nem vou entrar em mais pormenores nesta
altura. Quando convier a esta Cosmologia, colocaremos um véu sobre o assunto.
Basta, por agora, aceitar que Deus criou a Terra fora dos nossos Céus, para
além das constelações da nossa galáxia, no Abismo coberto de Trevas.
112. De facto, voltando ao tema da Formação da Crosta
Secundária e da Sublimação da Atmosfera Primordial, o facto de a Terra se
encontrar numa região sujeita ao zero absoluto foi o acelerador usado por Deus
para criar o Gelo. Vemos como Marte, estando a uma maior distância, a sua
atmosfera não passou pelo processo de sublimação que a Terra passou. A
singularidade que a Biosfera abre entre os planetas fala da existência de um
período geo-histórico especial, que, por mais incrível que nos pareça, é descoberto
no Apocalipse quando Deus declara que a singularidade da Biosfera obedece e é a
resposta à região de origem onde Ele a criou. Esta afirmação espontânea
leva-nos imediatamente ao problema do Poder do Criador do Universo. Pois se,
intelectualmente falando, o processo de criação da Biosfera descobre na
sequência acima a sua natureza científica, a objeção invencível tem a ver com a
Natureza daquele Ser que não só pensa como fazer as coisas, mas também tem
Poder Infinito para as realizar.
113 - Não sei se já o disse, mas se não o disse, digo-o
agora: o Poder sem Inteligência não satisfaz a necessidade que a transformação
da Realidade exige; e vice-versa, a Inteligência sem o Poder não passa de um
sonho, de uma fantasia, de uma resposta ao vento. Neste caso, conhecendo Deus
através da Teologia e o Universo através da Ciência, só nos resta fundi-los
numa Nova Ciência, a Ciência da Criação, e seguir as suas leis e princípios.
Neste caso, Deus sabendo que ao expor uma Atmosfera a uma região sujeita a zero
absoluto o seu volume sublimaria e daria origem à criação de um Bloco de Gelo,
e podendo fazê-lo, fê-lo. E chamou ao Bloco de Gelo Luz.
114 Mas a integração da Terra nos Céus foi preparada por
Deus antes de abrir a boca e dar origem à sequência criadora da Luz. Não foi
por sorte que Deus encontrou um sistema estelar de características planetárias
compatíveis com a Terra. Antes de mergulhar no oceano das constelações
leitosas, Deus sabia o que procurava, onde procurava, o que procurava e quais
as características do sistema solar que procurava. E sabia-o porque Ele próprio
formou a Sua estrutura planetária com o objetivo de não desencadear uma
rejeição da integração da Terra no edifício solar.
115. O Génesis parte de uma plataforma anterior, a Terra
e os Céus já estavam criados, e sobre a sua superfície nós partimos. Poderíamos
ter começado esta viagem mergulhando nas profundezas do Tempo, mas preferi
seguir a rota traçada por Deus de antemão, até porque Ele conhece o terreno
melhor do que nós. No momento oportuno, quebrarei uma lança na tentativa de
recriar a Criação do Sistema Solar. Enquanto isso não acontece, devemos colocar
sobre a mesa as leis básicas necessárias para a compreensão de uma seqüência
sistemática que tanto nos interessa.
116. Assim, a integração da Terra no Sistema Solar, por
mais natural que possa parecer para aqueles que associam a Divindade ao poder
de abrir a boca e mandar fazer tudo, envolveu a resolução de um mar de equações
complexas, repletas de incógnitas e factores a ter em conta. Como qualquer
outro sistema do Universo, o corpo solar não pode aceitar a integração de um
novo elemento sem que ele próprio sofra uma transformação de estado. Ao pensar
nesta simples regra universal de integração dos corpos astrofísicos em sistemas
complexos, Deus assegurou a impossibilidade de rejeição ou de rutura destrutiva
do Sistema Solar em resposta à integração da Terra na sua estrutura, criando o
Sol, a Terra e a Lua com uma Origem comum no espaço e no Tempo.
117. Uma vez criados o Sol e os planetas com as suas luas
e anéis, Deus procedeu ao isolamento da Terra, raiz da Confusão referida no
Texto, para, depois de criar a Luz - como já vimos - voltar a unir a Terra e o
Sol, momento em torno do qual gravitamos nesta secção. Esta integração tinha um
caminho. E, no caminho, a camada de Gelo devia iniciar o seu percurso
particular para a sua transformação em Ar e Água. Descrever esse percurso é o
objetivo que nos propomos atingir na próxima secção.
118 E, finalmente, a consequência do lançamento da Terra
na pista boreal (a porta através da qual a Terra entrou no campo elétrico do
Sol) fez-se sentir na superfície do manto de gelo. O facto de a Terra ter
entrado na sua órbita biosférica através desta pista boreal teve causas mais
complexas do que aquela que nos interessa tratar aqui. Por agora, vamos abordar
o derretimento do manto de gelo e as consequências físicas da sua aceleração
até ao ponto crítico máximo no tempo de duração do seu processo. Elevação
instantânea pretendida por Deus ao dar à Terra o acesso à pista norte.
119. O facto é que, ao dar à Terra acesso à pista norte,
Deus estava a acelerar o processo de degelo do manto de gelo até à velocidade
máxima permitida, bem como a fazer o mesmo com a consequente evaporação do
produto resultante. O jogo de forças sobre o qual se acelerou o degelo do manto
de gelo até à velocidade máxima possível combina forças clássicas e
revolucionárias, e detém essa esquiva cosmologia quântica na origem de todos os
processos astrofísicos de criação de matéria e energias electromagnéticas.
Quanto mais se aproximava a aproximação Terra-Sol, quanto menor era a distância
Sol-Terra, mais intenso era o processo de degelo da plataforma de gelo. É a
velocidade do movimento de aproximação que nos leva a falar de sublimação.
Neste sentido, a sublimação do manto de gelo foi uma evaporação direta. Para o
compreendermos da forma mais simples possível, podemos compará-lo à aplicação
de um ferro em brasa à superfície de uma barra de gelo. O Sol tornou-se uma
barra de ferro em brasa na mão de Deus e a Terra uma barra de gelo. Não estou a
falar em sentido figurado quando digo que, se Deus tivesse continuado a aplicar
o ferro indefinidamente, a massa total da camada de gelo ter-se-ia transformado
numa atmosfera. Pelo menos é essa a impressão que a extensão infinita do
assunto cria. Eu diria que é uma mera aparência e nada mais. Aparência que nos
convida a dar mais um passo em frente. E assegurar que a estabilidade do
Universo em geral, e do nosso Sistema em particular, assenta em dois pilares
básicos. O primeiro, já o vimos, é a transformação da energia em novas formas
de energia. O segundo é a natureza eletrodinâmica da matéria cósmica
fundamental.
CAPÍTULO 14
SEGUNDA LEI DO COMPORTAMENTO DO UNIVERSO
120 O estudo de Deus sobre o comportamento da Matéria
Cósmica levou-O ao domínio da Astrofísica Eletrodinâmica. Durante as
investigações de Deus sobre a natureza do espaço, da matéria e do tempo, na sua
busca pelo domínio da Ciência da Criação, que lhe permitiria transformar a
Realidade Universal, Deus observou como a matéria fundamental, apesar das suas
transformações e saltos dimensionais no espaço geral, conserva as propriedades
da sua natureza atómica. A descoberta da conservação das propriedades atómicas
naturais da energia cósmica fundamental, independentemente da direção em que se
desloca, abriu a Deus um horizonte criativo sem limites. Porque se, por maiores
que sejam as distâncias percorridas no salto da matéria microcósmica para a
macrocósmica, a natureza das suas forças electrodinâmicas se conserva, o
cenário aberto à inteligência criadora é ilimitado. Além disso, esta
descoberta, por si só, transforma as estrelas e as suas redes sistémicas em
tijolos, em blocos, num campo de matéria-prima de onde se pode extrair toda a
massa necessária para erguer edifícios constelacionais.
121. Assim, aplicando agora, se a primeira lei
(transformação do campo gravitacional em luz) se opõe à contração ao infinito
do universo, uma vez que a quantidade de energia não permanece estática na
equação, uma instabilidade equacional derivada da transformação da gravidade em
luz e forças electromagnéticas, uma condição de estabilidade exigida pela
hipótese de dar livre curso à contração do campo universal num núcleo
primordial, e que não é cumprida, uma realidade que a estabilidade do sistema
astrofísico local demonstra; esta segunda lei - natureza eletrodinâmica dos
campos gravitacionais - corta o movimento contrário (destruição por dispersão)
ao erigir entre os sistemas siderais uma rede eletrodinâmica de comportamento.
Ou seja, a operacionalidade desta lei de transformação da energia gravitacional
em forças electromagnéticas e outras formas de energia luminosa, a
operacionalidade desta lei, dizia eu, contra a dispersão por enfraquecimento
constante do volume de energia universal: mantém a concentração a partir das
leis da eletrodinâmica.
122 E, finalmente, a entrada em ação deste muro de
proteção eletrodinâmico permite a existência de correntes gravitacionais em
torno de continentes astrofísicos sujeitos a uma teoria de estruturas
moleculares onde as partículas são estrelas.
123. A aplicação visível destas duas leis a um sistema
estelar individual encontra-se no nosso. Por um lado, o campo magnético actua
como um elo de ligação entre a Terra e o Sol. Este é extensível a todos os
outros planetas. Por outro lado, o campo elétrico ergue uma barreira entre o
Sol e a Terra. Poeticamente falando, poderíamos selar a situação desta forma: A
Terra lançada no encontro impossível da sua destruição, a natureza do seu
espírito positivo transformou a aparência em admiração quando a igualdade entre
os signos resolveu o conflito. E continuamos.
124. Vou recriar mais ou menos simplesmente a primeira
secção desta nova sequência geohistórica que teve lugar no Segundo Dia. Mas
voltando ao assunto, a importação de um novo planeta pelo Sol significou a
integração de um novo transformador de energia gravitacional, com as suas
propriedades únicas, no seu sistema. Não é fácil determinar como é que esta
mudança estrutural alterou a relação entre a família planetária, mas este era
um fator que Deus conhecia por experiência e, com base nessa experiência, elaborou
no papel todas as incógnitas antes de agir. O sucesso da aplicação da sua
matemática à realidade não está longe de ser procurado; os resultados estão à
vista de todos. Vamos concentrar-nos na Terra e no que a sua integração num
campo gravitacional partilhado significou para o seu corpo físico.
125. Começarei por dizer que qualquer corpo de natureza
astrofísica, desde que esteja isolado de qualquer outro corpo, apenas consome a
sua própria energia. Enquanto, no Dia Zero, estava isolada na sua região de
origem, a Terra alimentava-se do seu próprio campo gravitacional. A baixa taxa
de transformação a que o seu núcleo estava a trabalhar mantinha o seu pulso num
mínimo estável de revoluções. O problema é que o campo gravitacional continuava
a aumentar a massa da crosta através do seu efeito de buraco negro. Por isso, a
Terra tinha razões para estar confusa.
126 E Deus diz que estava vazia porque a Terra não podia
sair daquela situação por si própria. Só estando ligada a uma rede de energia é
que poderia ultrapassar o fim a que, entregue a si própria, foi conduzida.
Quando Deus voltou e duplicou a energia do seu campo, acelerando a rotação do
seu corpo externo, quebrou essa situação. Daí resultou, como já demonstrei, o
derretimento da crosta primária e a criação do manto de gelo que cobriu o Globo
no final do Primeiro Dia.
127. A energia fornecida, uma vez transformada em calor,
tendo o Núcleo retornado a um novo estado de equilíbrio no final do Primeiro
Dia, quando introduzida no Sistema Solar na aurora do Segundo Dia, a Terra
encontrou-se subitamente na situação de um transformador ligado a uma rede
eléctrica. A primeira reação do seu Núcleo foi passar de um estado de trabalho
lento para um estado avançado. O que isto significa pode ser compreendido se
nos lembrarmos de como a variação da energia com que o seu campo pode jogar o
afectou no início do Primeiro Dia. O efeito a partir do qual é universalmente
deduzido que o motor que mantém o movimento estelar constante é o Núcleo.
128. O movimento das estrelas e de todos os corpos no
Universo, então, como é muito bem visto em nosso Sistema, tem uma
singularidade. Todos eles giram sobre o seu eixo. O efeito físico natural deste
tipo de movimento é, como se vê nos helicópteros, o movimento ascendente. Donde
se deduz que todas as estrelas e os seus sistemas seguem uma trajetória
ascendente. Como se disséssemos que o Universo se comporta como um corpo que se
move eternamente para cima. Voltemos agora ao ponto em que deixei esta História.
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